terça-feira, 7 de setembro de 2010

Choros e Valsas do Pará, Sebastião Tapajós


Há aproximadamente dois anos atrás, adquiri um exemplar da revista ViolãoPRO. Estava começando a tocar violão (não que atualmente eu toque algo) e aquela revista parecia interessante. Continha nela uma entrevista com Sebastião Tapajós. Li a entrevista e não dei muita importância, visto que na época eu não possuía, digamos, uma abrangência em meu gosto musical. Estava numa fase na qual achava que o Rock era a sétima maravilha do mundo. Não que eu não goste de Rock, até gosto bastante e acho que isso foi bastante no processo de construção do meu gosto musical.
Voltando ao assunto, fiquei um bom tempo sem conhecer a música de Sebastião Tapajós. Entretanto, quando descobri Bacamarte, fiquei curiosa em relação à música Brasileira. Percebi (tardiamente, confesso) que havia músicos competentes no Brasil que não compunham “Mais do mesmo” (isto não foi um trocadilho nem uma referência ao álbum do Legião Urbana, que fique bem claro). A partir daí, fui descobrindo, pouco a pouco, ótimos músicos/compositores/bandas nacionais.
Então, um dia, voltando a folhear a revista, lembrei-me de Sebastião Tapajós. Ouvi o álbum “Choros e Valsas do Pará) e aquilo paralisou-me. Não sei quais são os critérios que meu cérebro utiliza para realizar essa seleção, mas algumas músicas realmente me tocam. Os timbres dos instrumentos e os arranjos utilizados no álbum parecem ter sido meticulosamente escolhidos para torna-lo especialmente bonito. Sebastião Tapajós tem um modo peculiar de composição e execução que imprime em suas peças musicais um “toque brasileiro”. Talvez seja por suas influências regionais e por sua vivências com ritmos folclóricos e brasileiros.
Sem dúvida, um álbum dotado de qualidade musical e essencialmente bonito.
Sebastião Tapajós é um violonista conceituado no exterior, pena que por aqui o seu trabalho não seja reconhecido por muitas pessoas...
O estilo de tocar de Sebastião Tapajós é vigoroso e incisivo, e o som que tira do instrumento é cheio e encorpado. Ele gosta de utilizar efeitos percussivos, variações de timbre (do som mais doce, tocando próximo à boca do instrumento, ao mais metálico, próximo ao cavalete do instrumento), sons harmônicos, repetição ritmada de acordes em ostinato e outros recursos.


Não é do álbum, mas é ótima da mesma forma...

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